Faz-me tu, amor.

Ah, essa indecência que acalenta-me
Encanta-me e esquenta-me em frias tardes de domingos
Em quartos escuros de outubros
Faz-me delirar, faz-me querer lhe ter sem parar

Ah, essa sua meninagem, pilantragem contra minha perversão
Um desencanto, qualquer santo perde sua pureza
Uma imoralidade, é o que seu sorriso é
O seu olhar é crueldade pouca, seu toque é insulto a minha boca

Ah, essa sua inocência, um ultraje
Um desejo amargo, insólito, vergonhoso
Um pecado mortal, deleito carnal
Faz-me criminoso

Essa ingenuidade, tira-me a sanidade
Torna-me um cão, um louco, um selvagem, um poeta
Caído, ferido, querendo mais, persuadindo-a por menos
Faz-me demônio

Ah, essa fragilidade, faz-me bandido
Perdido, que rouba vida, esperança, sonho
Que torna-a suja, imunda, profana
Faz-me humano




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